Método é mais eficaz contra o fumo
MODELO DESENVOLVIDO PELO INCOR ENVOLVE TRÊS ETAPAS, COM TAXA DE EFICÁCIA MAIOR.
Um novo modelo de tratamento do tabagismo desenvolvido no InCor (Instituto do Coração) tem feito mais pessoas pararem de fumar, com menos riscos de recaídas. Cerca de 25 milhões de brasileiros acima de 15 anos são fumantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Chamado de PAF (Programa de Assistência ao Fumante), o modelo envolve três etapas: um diagnóstico mais preciso do grau de dependência, uma combinação de medicamentos e o uso de uma escala em que o médico vai medindo e tratanto o desconforto causado pela abstinência.
A cardiologista Jacqueline Scholz Issa, criadora do método, que está há 18 anos à frente do ambulatório de tratamento do tabagismo do InCor, diz que a taxa de eficácia do programa, no período de um ano, é de 55%, contra 34% da que existia cinco anos atrás.
Os índices de desistência e de recaída caíram de 40% para 26%. Esses primeiros resultados, obtidos a partir de 400 pacientes atendidos, foram apresentados à comunidade científica internacional em congresso no Canadá. Eles também serviram de base para a elaboração de um software, que pode ser acessado via internet por médicos de todo o país. Centros públicos terão acesso grátis.
O sistema permite saber quantos fumantes desistiram do tratamento, quantos sofreram efeitos colaterais dos remédios, quantos tiveram sucesso ou recaídas e quais as causas dos insucessos. Ele também permite que o médico avalie melhor o grau de dependência do tabaco.
COMO É O TRATAMENTO
(1) Com base nas informações fornecidas pelo paciente, o médico diagnostica seu grau de dependência. Para isso, ele tem ajuda de um software. Além do número de cigarros, leva em conta os sentimentos ligados ao ato de fumar.
(2) O tratamento pode envolver uma combinação de medicamentos. As drogas mais usadas são a vareniclina, que combate a abstinência, e a bupropiona (antidepressivo), além de adesivos ou gomas de nicotina.
(3) A partir da primeira semana, o médico vai medindo o grau de desconforto causado pela abstinência e ajustando os remédios. O tratamento demora, em média, três meses. O paciente é considerado “curado” após um ano sem fumar.
Mais informações: http://www.deixardefumar.com.br
fonte: Jornal São Paulo Agora, 29/05/2011