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quinta-feira, 11 de junho de 2009

A vingança dos cursos técnicos


A lei proibiu durante alguns anos, mas o Brasil abriu os olhos para investir na formação técnica dos alunos do ensino médio. A formação técnica e o rápido ingresso no mercado do trabalho têm motivado uma imensa parcela dos jovens a procurar os cursos técnicos de nível médio no Brasil, que depois de terem sido até mesmo proibidos por lei voltaram a ser realidade no país. Os dados favorecem a escolha pelos cursos técnicos: a formação especializada no ensino médio é a mais requisitada pelo mercado de trabalho da atualidade. De acordo com pesquisa do Ministério da Educação (MEC), 72% dos 2.657 egressos formados entre 2003 e 2007 nos cursos técnicos da rede federal estão no mercado. Além de todos os que já estão contratados, há vagas para mais 6 milhões de trabalhadores com curso técnico. Pelo menos essa é a conta do reitor do Instituto Federal do Paraná (IFPR), Alípio Santos Leal. "Até 1999 existia uma demanda reprimida na oferta de cursos técnicos, que permaneceu até 2008, quando foram criados os Institutos Federais", diz. Em 2007, o governo federal lançou o programa Brasil Profissionalizado, que culminou no lançamento da rede federal de escolas técnicas, transformadas em institutos. Até 2011 o invetimento deve atingir R$ 900 milhões. Na opinião do presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social (Ibdes), Heitor Krause, o ensino técnico foi sucateado em todo o país nas décadas de 80 e 90. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) passou a proibir a realização do curso técnico integrado ao ensino médio. A legislação só foi modificada em 2004, possibilitando novamente essa integração. Entre as principais diferenças em relação ao ensino médio normal está o tempo de estudo. São necessários quatro anos para concluir um curso integrado com o ensino profissionalizante. "Com isso tivemos inclusive muitas escolas técnicas fechadas, mas o governo constatou e reparou o erro. Os contratantes identificaram que os técnicos e tecnólogos terminaram o curso aptos a produzir imediatamente - coisa que não ocorre no âmbito acadêmico, com os formados nos cursos de graduação", afirma Krause. Opção para voltar ao mercado Além da possibilidade de cursar o ensino médio integrado, os cursos técnicos têm sido oportunidade de retorno ao mercado de trabalho para quem estava sem colocação profissional. Há opções tanto para quem já concluiu o ensino médio quanto para os que não concluíram os estudos e pretendem fazer educação de jovens e adultos (conhecido por muitos como supletivo). Preconceito O diretor do IFPR, Alípio Santos Leal, rebate o preconceito com relação aos técnicos. "As primeiras escolas técnicas foram criadas para atender os meninos de rua e os desprovidos de sorte", lembra. Já o assessor da Pró-Reitoria de graduação da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR) Ivan Matos Canone, responsável pelos cursos técnicos, acredita que a sociedade está mudando. "Os pais já compreendem que é melhor o jovem estar preparado para o mercado de trabalho, diz". TIPOS Os cursos técnicos são oferecidos em três modalidades. Entenda: > Técnico integrado ao ensino médio Ocorre junto ao ensino médio formal. Tem duração de quatro anos. > Técnico subsequente É destinado àqueles que já concluíram o ensino médio. Duração média de dois anos. > Técnico Proeja Ocorre de maneira integrada à Educação de Jovens e Adultos, modalidade de ensino destinada a quem não concluiu os estudos. Onde cursar: Em escolas públicas da redde estadual, IFPR e universidades públicas e federais. Algumas instituições estão com inscrições abertas. Outras informações: http://www.ifpr.edu.br http://www.pucpr.br http://www.utfpr.edu.br
fonte: Jornal "Gazeta do Povo", Curitiba - 09/06/09

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