Há pessoas que, de fato, têm um salário muito baixo, que está longe de condizer com o padrão de vida das grandes cidades. Em capitais como São Paulo, o aluguel é caro, a comida é cara, até ir ao cinema é caro. No entanto, existem outras que têm um ganho razoável e estão sempre a reclamar. Pior que isso: há aqueles que figuram no topo dos assalariados, que recebem muito mais do que a média do mercado, como os executivos das grandes empresas, e, ainda assim, vivem endividados.
`Por que isso acontece?`, foi a pergunta feita ao administrador e palestrante Jerônimo Mendes, autor do livro `Oh, Mundo Cãoporativo!`, publicado pela editora Qualitymark. Ele respondeu que era uma questão simples: `ter disciplina é difícil!`.
E tudo isso piorou com o consumo de massa, com as sedutoras propagandas veiculadas pelas empresas, com a moda se tornando um imperativo para se socializar, fazer parte de um grupo e com o vazio das pessoas aumentando a cada dia. `As pessoas se sentem melhor quando consomem, parece que afogam suas mágoas`, sublinhou o autor.
Paz de espírito
O principal erro dos consumidores diz respeito ao cálculo que fazem na hora das compras. `Eles olham a prestação e, caso ela caiba no orçamento mensal, compram`, conta Mendes. O mínimo que deveria ser feito, entretanto, é calcular o valor total, acrescido dos juros, e analisar se a compra vale mesmo a pena.
Muitas vezes, compensa mais poupar e pagar à vista mais tarde. `Esse costume do brasileiro de não calcular o valor final do bem acaba comprometendo-o por meses a fio, transformando-o em refém de suas próprias finanças`.
O fato é que não temos a disciplina suficiente para vivermos com o que ganhamos, de acordo com o administrador. Pode perceber: sua despesa cresce proporcionalmente à renda, não importa se esta é de R$ 1 mil, R$ 3 mil ou R$ 20 mil. `A não ser que o profissional tenha muita disciplina para viver com, no máximo, 90% de sua renda, sobrando assim dinheiro para alguma poupança, se torna refém do salário`, garante.
`O maior erro que se pode cometer é não saber viver com o salário que se recebe e, por conta das propagandas que a mídia veicula diariamente, acabar levando uma vida de empréstimos e mais empréstimos, fazendo do cheque especial a extensão do salário. É necessário muito amor e equilíbrio para resolver o problema da falta de dinheiro na família. De fato, 5% de dissídio ou 10% de meritório não vão resolver sua vida. Mas greve, cara feia, conversa séria com o chefe ou até mesmo um novo emprego não serão suficientes para acabar com sua insatisfação, caso não tenha disciplina`, finaliza.
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fonte: www.sosconsumidor.com.br
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