Estudantes recorrem às aulas particulares para tentar garantir a aprovação na reta final do ano letivo.
Aulas particulares, tarde inteiras dedicadas aos estudos e o cérebro quase em parafuso na tentativa de assimilar conhecimentos de um ano inteiro nas matérias consideradas mais difíceis. Esse é o retrato da rotina de fim de ano para muitos alunos do ensino médio, que se assustam com o aumento das pendências com o boletim escolar no fim do calendário letivo. Em busca do tempo perdido, os que perigam pegar recuperação final lotam a agenda das instituições e de profissionais que oferecem aulas particulares.
Pressão por parte dos pais não adianta para reverter o baixo desempenho escolar no fim do ano letivo, defendem os especialistas. Para a mestre em Educação e professora de pedagogia da PUCPR Ermelina G. Bontorin Tomacheski, a cobrança não deve passar dos limites. "Muitas vezes os familiares querem um retorno imediato até mesmo pelo investimento que foi feito. Mas a recuperação e até mesmo a reprovação têm de ser consideradas com tranqüilidade e naturalidade, como oportunidades a mais para o aprendizado de seus filhos", afirma.
Os pais
Na opinião do professor particular Rodrigo Antônio Bellé, 34 anos, com experiência de sete anos no acompanhamento de estudantes com mais de 12 anos, os pais também têm parcela de culpa no mau desempenho de seus filhos na escola. "Dependendo da situação do aluno, se precisa de muito nota em várias matérias, a aprovação pode ser seguida de dificuldades. Na maioria das vezes ele vai decorar o conteúdo, macetes e não vai aprender a estudar", diz.
Para o professor e diretor pedagógico do Educativo Aulas Particulares, o problema maior está nos casos em que os pais preferem transferir seus filhos para escolas "mais fracas" apenas para passar de ano. "Com aulas particulares pelo menos ele vai aprender alguns conteúdos, uma vez que é muito difícil assimilar em poucos dias o conteúdo repassado durante um ano inteiro", diz. Outro problema apontado pelo professor está em transformar a recuperação final em um vício. "Muitos estudantes deturpam a definição de aprendizado e dizem preferir estudar uma vez só no fim do ano, do que passar tardes inteiras estudando durante o ano", afirma.
CARTILHA
Tanto os pais quanto os filhos podem concentrar esforços para bons resultados durante a recuperação. Veja as dicas do professor Júlio Fugisawa.
PARA OS PAIS
Procure não pressionar muito.
Tente não ficar falando toda hora na necessidade que seu filho tem de estudar.
Estabeleça horários
Combine horários para os estudos. Não proíba todos os programas de lazer, o rendimento do aluno pode ser prejudicado.
Relaxe e acompanhe
A melhor ajuda agora pode ser relaxar e procurar acompanhar mais o desempenho escolar do seu filho.
PARA OS ALUNOS
Busque silêncio
Procure silêncio para seus momentos de estudos. Televisão, computador e rádio ligados podem atrapalhar o poder de concentração.
Priorize conteúdos
É humanamente impossível rever todo o conteúdo ministrado durante todo o ano. Aposte nos exercícios e temas mais cobrados.
Identifique seu potencial
A facilidade em aprendizagem pode estar no ouvir, ler ou escrever. É comum que em conteúdos de Geografia e História, por exemplo, o resumo facilite a assimilação para algumas pessoas.
Estude antes das aulas
Leve dúvidas para as aulas particulares ou para o reforço oferecido pela escola. Não deixe que o contato com o conteúdo seja apenas nesses momentos.
fonte: Jornal "Gazeta do Povo", Curitiba - 25/11/08
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